Adesão - Um ‘mar’ de gente marcou presença na inauguração do espaço
Ílhavo abriu as portas do Centro Cultural
Comem-se tremoços, assam-se sardinhas e cozinham-se torresmos. Crianças reguilas divertem-se lançando piões. Os comerciantes aproveitam a oportunidade e colocam estrategicamente bancas com produtos tradicionais à volta da praça. Os trajes a rigor recriam o mercado antigo da cidade e ao fundo a Filarmónica Gafanhense deleita o público com versões de êxitos dos Queen. O ambiente é o de uma festa popular e não é para menos: depois de largos meses de obras, foi inaugurado na tarde de segunda-feira, em pleno centro citadino, um gigante verde chamado Centro Cultural de Ílhavo.
Uma massa tremenda de gente não faltou à ocasião. Diante de uma estrutura imponente localizada mesmo à beira do edifício da Câmara Municipal, famílias inteiras põem a conversa em dia e tiram a barriga de misérias. Todos esperam que as portas se abram pela primeira vez.
Antes disso, um Ribau Esteves ‘triunfante’ eleva-se para dirigir algumas palavras à multidão. O presidente da Câmara de Ílhavo realça os benefícios da obra ao nível da requalificação "urbana" da cidade, que bebeu de uma "nova lógica" organizacional e de ocupação espacial (o mercado foi transferido, a população conta com um novo parque de estacionamento de 220 lugares e com uma praça que poderá ser palco para outras actividades).
Ribau "ganha" a aposta
O presidente refere-se também à vertente "social" da obra enquanto "ponto de encontro" do povo e ainda como espaço "aberto" ao associativismo local e a projectos internacionais e não esquece a "grande aposta" do projecto: a elevação "cultural" do município, facilitada pela "tecnologia" de ponta do equipamento. Ribau Esteves manifestou uma "grande satisfação" com o resultado a que se chegou. "Temos esta aposta como ganha. Agora, fiquem com a obra, que ela foi feita para vocês", terminou em maré de aplausos.
Nem todos acharam piada à nova obra. Alguns repudiam mesmo o que consideram de "monstro" no centro da cidade. O munícipe António Almeida refere que apesar dos eventuais benefícios culturais, a estrutura onde se investiram 11 milhões de euros "não é de grande relevância" para Ílhavo, um concelho onde persistem "outras prioridades a ter em atenção, como a habitação e o saneamento".
Já Teresa Martins considera o Centro Cultural uma obra "muito boa" para o concelho. "Aqui nem um cinema havia, se quiséssemos ver um filme tínhamos de ir a Aveiro ou arredores", conta. Também Teresa Branco considera que o empreendimento vem "enriquecer" a cidade em termos culturais.
Auditório tem 505 lugares
Depois do discurso e da inauguração oficial, abrem-se finalmente as portas. Uma multidão invade o edifício, passa pelo foyer e assiste a um vídeo de apresentação já sentada nas 505 cadeiras do auditório. No fim ainda houve tempo para descerem aos camarins e sala de ensaios e subirem à sala de exposições. Os espectáculos podem começar.
Primeiro concerto é de Dulce Pontes
A programação do Centro Cultural de Ílhavo foi entregue a José Pina. O director escolheu a cantora Dulce Pontes para abrir o programa, agendando um concerto para o dia 4 de Abril.
Durante o mês de Abril, o Centro Cultural recebe ainda os espectáculos «Boa Noite, Mãe», com Sofia Alves e Manuela Maria (teatro, 12); «Na ponta da língua», com Pedro Tochas (humor, 18) e um Encontro de Bandas Filarmónicas (25).
O mês de Maio recebe um Festival Municipal de Teatro Amador; «Dia das Mentiras» (Teatro da Trindade, 3); uma Oficina Criativa de Teatro (de 5 a 24); uma Semana de Teatro Infantil (7, 8 e 9); Fado de Deolinda (17); um Festival de Folclore (25) e o filme «Maria do Mar», de Leitão de Barros (31).
http://www.oaveiro.pt/
ed. 838, 27 de Março de 2008
Texto de Pedro José Barros
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