
(...) Logo no início da aula, a professora chamou cada criança para se apresentar à classe – deveriam dizer o nome à medida que se apresentassem, enquanto todos juntos deveriam responder: “Bem-vindo”.
Quando chegou a vez do Francisco e da sua irmã Joana, a professora fez o reparo para que limpassem as unhas, penteassem os cabelos e vestissem roupas em melhores condições. As duas crianças, envergonhadas, desviaram os olhos para o chão, e até ao fim da aula permaneceram de expressão triste e cabeça baixa.
Quando chegou a vez de Angélica, foi a gargalhada geral quando ouviram o seu último nome.
- Angélica Lesma? Que nome era aquele? Lesma? - indagaram as crianças fazendo troça.
Angélica acabou por ficar envergonhada e cabisbaixa até ao final da aula.
Foi interessante ver tantas crianças juntas, e a alegria que transmitiam nas brincadeiras, durante a hora do recreio. Ela gostaria muito de fazer parte daquelas brincadeiras mas, não tinha coragem de se aproximar e demonstrar a sua vontade.
Se fosse, rejeitá-la-iam – pensou – e por isso não se aventurou, ficando a observá-los de longe, ao mesmo tempo que sonhava com o dia em que iria ser como as outras crianças - sem medo de se divertir em grupo.
Enquanto estava entretida com os seus pensamentos, reparou no Francisco e na Joana, que estavam sentados no outro lado do pátio, encolhidos, enquanto olhavam para as crianças que brincavam.
“Afinal não estava sozinha no recreio” – pensou ela – e enchendo-se de coragem foi ter com eles.
- Vai-te embora! Também vens gozar connosco? – disseram mal-humorados.
.
Respondeu-lhes que não queria gozar e perguntou se podia sentar-se perto deles.
Com expressão intrigada e desconfiada, acederam, perguntando porque é que ela não ia brincar com os outros meninos.
Angélica explicou-lhes que tinha vergonha de ir ter com eles, e tinha muito medo que não a aceitassem.
Então os irmãos propuseram que ficassem os três amigos.
- A professora não gosta de vocês? - perguntou Angélica.
Eles explicaram que os pais tinham morrido e que à noite dormiam num Orfanato que lhes pagava os estudos naquela escola. Mais uma vez Angélica sentiu-se ligada àquelas crianças, e o seu coração sentiu compaixão pela solidão familiar delas.
- Deixem lá, eu tenho pais mas, é como se não os tivesse...
Dali para a frente tornaram-se grandes amigos. O pior é que quando a professora estava mal disposta, batia nos dois irmãos com tanta violência, que por vezes lhes deixava as nádegas e pernas feridas.
“Que injusto que aquilo era” – pensava Angélica revoltada - só porque não tinham família para os defender, eram alvo de violência que não era utilizada em mais nenhuma outra criança.
Dessas ocorrências, Angélica tirou a lição: “quando se é diferente não se é aceite no grupo” - ela própria era motivo de rejeição pelo facto de não ter um pai que a fosse buscar à escola. As crianças passavam a vida a incomodá-la dizendo que era uma menina sem pai. Os próprios pais das crianças avisavam-nas para se afastarem dela porque era filha de pais separados.
Pelo menos tinha a vantagem de ser rica, além de que a professora nunca lhe batia porque Sabrina não permitia isso.
.
- Com que então menina rica, hem? Ninguém pode tocar na menina... coitadinha... – dizia frequentemente a professora com ar irónico e baloiçando a régua à frente de Angélica, demonstrando, através da sua expressão e forma de falar, quanta raiva sentia e como gostaria de poder bater em Angélica, se pudesse.
E pronto, por essas e por outras, a escola tornou-se um suplício em termos de ambiente, embora ela gostasse muito de aprender coisas novas e não fosse espancada fisicamente, era frequentemente ‘espancada’ na sua auto- estima e valorização pessoal.(...)
Quando chegou a vez do Francisco e da sua irmã Joana, a professora fez o reparo para que limpassem as unhas, penteassem os cabelos e vestissem roupas em melhores condições. As duas crianças, envergonhadas, desviaram os olhos para o chão, e até ao fim da aula permaneceram de expressão triste e cabeça baixa.
Quando chegou a vez de Angélica, foi a gargalhada geral quando ouviram o seu último nome.
- Angélica Lesma? Que nome era aquele? Lesma? - indagaram as crianças fazendo troça.
Angélica acabou por ficar envergonhada e cabisbaixa até ao final da aula.
Foi interessante ver tantas crianças juntas, e a alegria que transmitiam nas brincadeiras, durante a hora do recreio. Ela gostaria muito de fazer parte daquelas brincadeiras mas, não tinha coragem de se aproximar e demonstrar a sua vontade.
Se fosse, rejeitá-la-iam – pensou – e por isso não se aventurou, ficando a observá-los de longe, ao mesmo tempo que sonhava com o dia em que iria ser como as outras crianças - sem medo de se divertir em grupo.
Enquanto estava entretida com os seus pensamentos, reparou no Francisco e na Joana, que estavam sentados no outro lado do pátio, encolhidos, enquanto olhavam para as crianças que brincavam.
“Afinal não estava sozinha no recreio” – pensou ela – e enchendo-se de coragem foi ter com eles.
- Vai-te embora! Também vens gozar connosco? – disseram mal-humorados.
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Respondeu-lhes que não queria gozar e perguntou se podia sentar-se perto deles.
Com expressão intrigada e desconfiada, acederam, perguntando porque é que ela não ia brincar com os outros meninos.
Angélica explicou-lhes que tinha vergonha de ir ter com eles, e tinha muito medo que não a aceitassem.
Então os irmãos propuseram que ficassem os três amigos.
- A professora não gosta de vocês? - perguntou Angélica.
Eles explicaram que os pais tinham morrido e que à noite dormiam num Orfanato que lhes pagava os estudos naquela escola. Mais uma vez Angélica sentiu-se ligada àquelas crianças, e o seu coração sentiu compaixão pela solidão familiar delas.
- Deixem lá, eu tenho pais mas, é como se não os tivesse...
Dali para a frente tornaram-se grandes amigos. O pior é que quando a professora estava mal disposta, batia nos dois irmãos com tanta violência, que por vezes lhes deixava as nádegas e pernas feridas.
“Que injusto que aquilo era” – pensava Angélica revoltada - só porque não tinham família para os defender, eram alvo de violência que não era utilizada em mais nenhuma outra criança.
Dessas ocorrências, Angélica tirou a lição: “quando se é diferente não se é aceite no grupo” - ela própria era motivo de rejeição pelo facto de não ter um pai que a fosse buscar à escola. As crianças passavam a vida a incomodá-la dizendo que era uma menina sem pai. Os próprios pais das crianças avisavam-nas para se afastarem dela porque era filha de pais separados.
Pelo menos tinha a vantagem de ser rica, além de que a professora nunca lhe batia porque Sabrina não permitia isso.
.
- Com que então menina rica, hem? Ninguém pode tocar na menina... coitadinha... – dizia frequentemente a professora com ar irónico e baloiçando a régua à frente de Angélica, demonstrando, através da sua expressão e forma de falar, quanta raiva sentia e como gostaria de poder bater em Angélica, se pudesse.
E pronto, por essas e por outras, a escola tornou-se um suplício em termos de ambiente, embora ela gostasse muito de aprender coisas novas e não fosse espancada fisicamente, era frequentemente ‘espancada’ na sua auto- estima e valorização pessoal.(...)
Não posso revelar quem escreveu tal texto mas, isso não importa pois toda esta história é verdadeira e, peço-vos que pensem nela e moderem os vossos comportamentos !
1 comentário:
ohhh
mas k lição k ela aprendeu...
koitada
ser "espankada" na auto-estima
isso pode fazer uma pessoa passar muito mal
ja ma aconteceu...
bj0
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